No ponto
O ponto, denominação, esta, que pode sinalizar o começo ou o final de alguma coisa (ponto inicial/ponto final), também pode grifar um momento marcante (meio) de um evento em andamento: o ponto crucial. Geralmente tentamos empurrar qualquer um dos pontos para adiante – evidentemente por medo, mas muitas vezes não nos damos conta de em qual ponta da linha estamos e por isso deixamos de aproveitá-los um a um.
Estéticamente a palavra não difunde um sentido lógico e muito menos emocional, tal qual “amor”, “paixão” e “tesão”, mas todo casal vivencia-os – aos pontos me refiro. Do inicio inesperado e surpreendente, ao final distante e inimaginável, sem nunca deixar de passar pelo meio e todos os seus eventos cruciais e esplendorosos, qualquer relacionamento saudável entre duas ou mais pessoas (por que não?!?) possui seus pontos perfeitamente demarcados e delineados. Quando contamos sobre a história de um casal, por exemplo - não necessariamente da forma que expressarei, mas praticamente, a citamos assim: conheceram-se, se apaixonaram, flertaram, se conquistaram, se relacionaram, namoraram, se declararam e casaram. Planejaram, tiveram filhos, o tempo passou, enjoaram, não agüentaram e se separaram. Nota-se aí claramente a presença de “pontos iniciais” e de “pontos finais”, mas e o X da questão, o enigmático “ponto do meio”?
A dificuldade do ser humano em admitir seus anseios e expressar seus sentimentos possui motivações incertas e complexas demais para serem afirmadas, visto que cada um pensa à sua maneira e que uma mesma pessoa confrontada de maneiras aleatórias oferecerá respostas diferentes a uma mesma questão. Dubiedade e dualidade de opiniões expostas diante os mesmos fatos; pluralidade.
O caminho percorrido peloS “pontoS do meio” é exponencialmente diferente do incial e final, exatamente por não ser algo único e imutável, mas sim por tratar-se da metamorfose constante desses e milhares de outros estados. “Tudo que passou, passou e o que tiver que ser será...” BAAAAITA FRASE! E ela expressa exatamente o que tento explanar: Tudo que vivermos a partir de certo ponto será apenas o prelúdio de um novo, bem como o “ponto final” de algo em andamento (um ponto do meio) será simples e exatamente isso: mais um ponto. Ou seja: por mais confuso que pareça não existem finais, pois estes se fundem com novos inícios, conseqüentemente novos meios, e sendo assim, o “ponto final” de qualquer experiência que tivermos jamais existirá factualmente, mas apenas conceitual e temporalmente. Ãhn?!? (...)
Inicio, meio
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