sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Indelicadeza

Não costumo escrever poemas, mas sim letras de música. Rimas, enfim... E isso porque acho poemas coisas muito fáceis e singelas, contudo - as vezes - dá vontade de se expressar através de um básico e não por isso menos entranhado poeminha. Aí vai:


Eu sou um eterno frustrado/
Um eterno iludido/
Um constante fiasco/
Um respirante fudido/

Eu sou um fruto das circunstâncias/
Sou manipulado pelas situações/
Eu não consigo fugir/
Eu não consigo fingir, independente das recomendações/

Eu sou a árvore que rende safras/
Safras, tão somente em anos bissextos/
Eu sou a maldita semente que cai no solo/
E no solo que cai, rola cometendo incestos/

Eu sou o vento que sopra o odor fétido das impurezas/
Eu sou o ar gélido da natureza/
Sou incapaz de mudar o futuro/
Pois os traumas do passado me fizeram um corte profundo/
Portanto não me cobre presentes pelas indelicadezas/