Mulheres são fiéis. Oh, céus, são sim! E como são... Por favor, não caia da cadeira em gargalhadas, é um assunto sério... Digo mais: é sério e extremamente relevante. Alguém neste instante deve estar pensando:
“-Lá vem um textinho de corno!”, mas eu os advirto que assim como muitos de vocês eu nunca fui traído. Bom, pelo menos não que eu saiba, hehe. Se bem que teve aquela vez em que... Melhor deixar pra lá e voltar ao assunto.
Sei que afirmar que as mulheres são fiéis, para alguns não passa de uma constatação mundana e leviana, livre de qualquer embasamento científico. Mas não é. O fato é que realmente as mulheres são extremamente fiéis a... A... Não sei... Mas de uma coisa eu sei: amigas e companheiros não são efetivamente acariciados por toda sua fidelidade. Mas ao que são fiéis então? Vou chutar:
Será que as mulheres são fiéis a sei lá... Seus pares de sapatos? Ou a seus lindos vestidos? Aposto que você não sabe ao que as mulheres são tão fiéis...
Sabe?
Não sabe?Tá bom, ta bom, eu conto! Mas primeiro dissecarei o motivo desde as entranhas.
Somos acostumados a escutar sempre aquela mesma baboseira: “As mulheres são de Vênus e os homens são de Marte...”. Todas as mulheres que conheci até hoje, a saber, são da Terra e, bem, os homens que conheço também são terráqueos, muito embora ao longo da vida eu tenha conhecido cada criatura mais estranha que cheguei a arquear as sobrancelhas de dúvida. Mas ora, pois então, de onde surgiu tal expressão? Ah, já sei... Foi das tantas e catastróficas diferenças entre um gênero e outro! (Putz, que constatação mais criativa! Aplausos, por favor...) Mas mesmo sendo o mundo feminino tão diferente do masculino, porque não situá-los em um mesmo patamar? Por que não inseri-los dentro de parâmetros idênticos?
Direitos iguais, não são o que vocês sempre clamam meninas!?! Mas não! Não, não, não! Não irei cair nessa ladainha de separar os dois universos só para não parecer machista.
Quem me conhece bem, sabe que sou machista mesmo e, portanto, vou falar de fidelidade situando-a bem no meio de algo comum a ambos os sexos. Algo que ambos tem, ambos nutrem. Algo que ao mesmo tempo é igual e também diferente para os dois gêneros: a amizade. Alguém vai se/me perguntar:
- Fidelidade e amizade, o que uma coisa tem a ver com a outra?Tudo seu anencéfalo! Tudo!
Aí uma moça ingênua pergunta:
- Por que, vai dizer agora que as mulheres não são amigas sinceras? E minhas amigas, são o que então?Sim! Ou melhor, não! Digo, sim... Não são... Mais pra frente explico, mas saiba de antemão que a presença de lealdade em uma amizade é o que determina a existência ou não de fidelidade em qualquer outro tipo de relacionamento. Quer ver?
Homens: Suponhamos que um de seus melhores amigos tenha acabado com a namorada de três anos e meio e, suponhamos, que você seja esperto (sic). Sendo astuto e perspicaz, você sabe bem como são os homens e não só o seu amigo e, se você sabe isso, também deve saber que nós - o gênero masculino -
somos todos um bando de territorialistas selvagens. Homens delimitam e defendem com unhas e dentes seu território, ou para melhor contextualização, delimitam também suas fêmeas - no caso mulheres... Faz parte da essência masculina pegar algo da prateleira e dizer batendo no peito:
“- É meu!”,
on know? Vejamos a situação:
Passado um tempo ínfimo desde o término da relação, de repente a ex-namorada do seu amigo surge e não te diz
“oi!”, mas sim um sonoro e resplandecente
“oieeeeee!”.
Um oi com seis “ês”. 6-es! Um oi mais demorado, portanto...
Saudações mais demoradas são geralmente cumprimentos contundentes, malevolentes, insinuantes, incitantes e mais: flamejantes. Mulheres são proeminentemente inflamantes e, quando são assim, são primorosamente promíscuas.
Meodeos!?! O que fazer? Você pensa nas curvas acaloradas e exultantes da ex-namorada do seu amigo, no sorriso brilhante pronunciando aquele oi quase pecaminoso. As chamas do desejo dançam de um lado para o outro na sua frente. Te provocando, gerando calor... Você vacila, não sabe o que fazer, olha pros lados, procura ajuda e o suor escorre por sua testa enquanto num cantinho recôndito de seu desvairado cérebro você imagina coisas.
Hummmm...
Coisas... Fumaça!
Então seu consciente funciona como um sensor de incêndio e te avisa evitando que você invada o território alheio e se queime. Aliás, faz mais que isso. Como um verdadeiro centro militar, sua consciência funciona como dezenas de mainframes de última geração, fazendo cálculos e mais cálculos, gerando probabilidades quase infinitas a fim de montar estratégias e te informar que o território em questão trata-se de um terreno desconfortavelmente familiar e por isso mesmo mais perigoso do que qualquer território desconhecido. Um local que foi habitado durante certo tempo por alguém querido e
que você sabe muito bem que com todo esse tempo gerou apego. Você talvez não saiba, mas seu subconsciente informa a seu consciente que o apego gera sentimento e que sentimento gera sensação de posse, que gera ciúmes, que gera rancor, que gera raiva, que gera brigas, que gera rupturas, que gera guerras Ponto. Pronto.
(...)
Se o amigo em questão for realmente um bom amigo, você agradece ao alarme de incêndio por ter disparado antes de se queimar e retribui a saudação com um singelo e refrigerado
“oi” - com o aval da libertinagem literária - como só mesmo um extintor de incêndio poderia dizer. Ou então você deixa o calor emergir e se refestela ardentemente com a moça. Mas não importa qual seja a sua escolha, se tratando da ex de um bom amigo, é claro que em seguida você contará tudo para ele. Independente da dor que causará...
Mulheres: Suponhamos que a sua melhor amiga foi deixada pelo namorado crápula de três anos e meio e está chorando incansavelmente. Você está lá, em meio ao rio de lágrimas, dando conselhos e ouvindo ela falar:
“- Miga, preciso desabafar... Vou te contar tuuuuudo sobre meu ex!”. Você ouviu bem e notou que o
“tudo” que ela falou foi pronunciado com cinco
“us”. Logicamente seu cérebro capta a mensagem e
você se prepara, pois sua “best”, quando pronuncia “tuuuuudo”, realmente vai contar TUDO. O que sugere que virão relatos profundos, portanto.
Você escuta, finge estar do lado dela, mas não está. Até chora junto e fala mal de todos os homens da face da terra, mas isso não é o que você realmente pensa. Talvez você até não saiba;
provavelmente não admita, mas mulheres são invejosas por natureza e toda essa inveja gera uma ânsia por competição. Não se sinta mal, até sua mãe é assim, pois as mulheres estão fadadas a competirem umas com as outras.
Competição não só sugere, como também gera disputa, que por sua vez gera infantilidade, que gera mesquinharia, que gera falsidade, que gera cinismo, que gera picuinha, que gera intriga, que gera puxões de cabelo. Você sabe que nessa “amizadezinha” de vocês duas nunca existiu admiração, mas sim inveja, e quando você parou para pensar e percebeu que o ex dela é bastante interessante, nossa... Em um estalar de dedos já estava arrumando uma desculpa para ir embora. E foi.
Minutos atrás, você estava abraçada com ela, lhe prometendo que nunca mais a deixaria sofrer por ninguém, mas agora quem vai fazê-la sofrer é você! Sim!
Agora que ela está por baixo você pode mostrar pra ela e provar para si mesma que é a melhor, virar o jogo de vez e fazer com que ela sinta inveja de você! Isso!
É isso que todas as mulheres querem. Que todas as outras mulheres lhe olhem e sintam inveja, seja lá pelo que for... Você acha sua amiga uma fracassada e vê-la em tal situação te faz bem. Muito bem... Você não percebe, mas aos poucos sua auto-estima aumenta e você ao invés de dar conselhos coloca sua amiga cada vez mais pra baixo. É isso mesmo!
Você quer se sentir poderosa e, para tanto faz o que? O golpe fatal: Rouba o tal do ex-namorado dela e canta aos quatro ventos a atrocidade que fez, pois, afinal de contas, para você não foi nenhum crime e no último pingo de consciência que te resta a mensagem imaculada ecoa:
“Eles já não estavam mais juntos, que mal tem?”. Agora ele virou seu troféu. Você perde a amiga, mas ganha uma inimiga e, convenhamos meninas, vocês adoram inimizades.
O que você entende por fidelidade?Será preciso dizer mais alguma coisa???
Ah claro, já ia esquecendo... Mulheres são fiéis. Sim! Mas apenas as suas convicções, nada mais! E é devido a estas mesmas convicções - voláteis e volúveis, diga-se – que não conseguem ser fiéis nem mesmo a um simples par de sapatos.
E meu amigo, quando uma mulher entra em uma loja de calçados... Bem, você sabe...
Ela se torna uma incomparável, inenarrável, condenável e incontrolável infiél.